quarta-feira, 14 de maio de 2008

O caso Isabella


Desde que a menina paulista, de classe média, Isabella Nardoni foi sufocada, arranhada,"escangalhada" e finalmente atirada da janela do sexto andar do edifício London, não se fala em outra coisa.
Alguma notícia pertinente ao caso sempre está no meu almoço ou no jantar... E vou te contar, comer com Isabella na mesa não é muito saboroso.
Há cinco semanas atrás eu fiz a assinatura da Veja e em TODAS as edições o caso foi citado em alguma página da revista, lembrando que na capa de 23 de Abril estava o casal Nardoni sendo apontado pela polícia como culpado.
Olha, quando surge um assunto polêmico, quando há essa reciprocidade entre mídia e espectadores, a coisa fede! A TV, os jornais... eles parecem urubus na carniça! Cada um arranca um pedacinho daquilo pra se dar bem!
Foi assim com o aquecimento global, com o mensalão, com o 11 de setembro... Mas não passam de modinhas!
Ana Carolina Oliveira deu uma entrevista exclusiva para o fantástico nesse domingo e houve um momento em que ela se descontrolou e chorou muito, então Patrícia Poeta tocou na sua perna como se quisesse dizer, "Chora mais um pouquinho porque as suas lágrimas valem ouro!" Chora Ana! Sua tristeza representa ibope e ela cheira a notas de cem!
Tá! vendo assim parece um tanto cruel da minha parte, mas não! eu mesmo me emocionei muito com o caso! Mas é que agora eu já não aguento mais o fedor de defunto na minha TV, nas revistas, ou nas minhas refeições...
O caso Isabella já perdeu o sentido. Ele já abalou o que tinha que abalar! O pai e a madrasta mataram a menina. Isso espantou muito e se a intenção da mídia, com essa insistência de notícias, foi assombrar mais o povo, eu acho que eles falharam... O povo tá é se acostumando!
Tá... um pai que matou uma filha... Éhr... Mais um!
Ainda bem que a ministra do meio ambiente, Marina Silva, pediu demissão agora... Já é um caso forte, mas ainda não tão suficiente para mudar o foco dessas câmeras sanguináreas!


Mas mudando de pau pra cacete...

- Estudos filosóficos

- Núcleo de estudos interdisciplinares I
- Aspectos históricos e culturais em língua inglesa
- Aspectos históricos e culturais em língua materna
- Estudos socio-antropológicos do ensino da língua
- Língua inglesa - Básico I
- Língua inglesa instrumental

Pois é. Ontem fui fazer a minha matrícula na UNEB e recebi a grade do primeiro semestre! *Too excited!*

sexta-feira, 28 de março de 2008

O que leva uma pessoa a se tornar um herói?



Será que é a vontade repentina de mudar o mundo ou tudo já é pré-destinado?
Hércules já nasceu como herói. Filho de Zeus com uma humana. Resultado: Um semi-deus com força suficiente para levantar uma casa inteira! Mas olha o coitado do homem-aranha! Um mero adolescente de classe media, estudante e que, para se tornar um herói teve que levar uma picada de aranha!
Bom, nascido como herói ou não, eles apresentam praticamente a mesma função. Proteger o povo. Mostrar pra todo mundo que a segurança pública é um cocô.
Mas é lógico há exceções... Os heróis norte-americanos, por exemplo, sempre são uniformizados com as cores da bandeira dos E.U.A... então, eu acho que eles devem receber proventos do governo para se sustentar... e fazem parte, assim como os tão famosos agentes do FBI, da estrutura de segurança do país.
Alguns heróis trabalham em grupo, como os tartarugas-ninja e as meninas super-poderosas. Outros preferem trabalhar sozinhos, como o super-homem. Essa última classe, a dos solitários, tem um grupo de lazer chamado Liga da Justiça que se reúne de vez em quando para um churrasquinho no terraço do Empire State... Antigamente, as festinhas da Liga costumavam ser no World Trade Center, mas como houve o atentado e, coincidentemente, todos os heróis americanos estavam de folga, eles perderam o melhor lugar de Manhattan para uma confraternização. E por falar em atentado, eu descobri que esse é o único mal que os heróis não conseguem vencer.
Eles param meteoros, ondas gigantes, queimadas, tiram gatinhos das árvores, poupam a cidade da ânsia de destruição dos monstros gigantes, mas nunca os vi defender a nação do tão assustador terrorismo!
Aqui no Brasil, estamos precisando de heróis... Eles estão em falta. Na verdade eu não conheço nenhum herói brasileiro... Ai meu Deus! até fiquei com a consciência pesada agora... não! tem que ter algum! Será que o Louro José pode ser considerado como tal? Não... Acho que não...
Como? O Chapolin Colorado? nãão!! Quando eu era pequeno eu até achava que ele era brasileiro também. Mas é mexicano!
Que triste, não temos heróis pra proteger a nossa Amazônia, o nosso Velho Chico, a nossa Mata Atlântica... ( Eu espero que Lula tenha o número do capitão Planeta.) ainda bem que não temos vulcões! E até um dia desses eu achava que também não tínhamos furacões... até o Catarina aparecer!
Precisamos de tantos heróis... Pra pegar a corrupção de jeito! Acabar com as verdadeiras guerras nas favelas...

...Mas o Zé Carioca só quer saber de samba! E ele também não é herói.

Cazuza cantou, "Meus heróis morreram de overdose e os meus inimigos estão no poder..."
Mas se os nossos super-homens morreram todos “emaconhados”, isso significa que eles não eram tão éticos quanto nós achávamos que fossem.
Não temos heróis! Temos corruptos no poder. Na nossa realidade não há espaço para ficção, no máximo deixamos uma brecha para o senso de humor.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Metamorfoses Ambulantes



O eu que sai hoje pela porta da frente certamente não é o mesmo de ontem.
Mudo constantemente e, na maioria das vezes, não faço o menor esforço para
que isso aconteça. É como se fosse uma espécie de adaptação involuntária... tipo o arrepiar dos pêlos para equilibrar a temperatura interna do corpo.
Quando me dou por conta, estou com os pêlos do braço de pé.
Quando me dou por conta, já mudei.
E é assim com roupa, estilo de música, religião e com comida, é lógico.
Já passei por muitas fases. De Sandy e Júnior a Janis Joplin, do cabelo V.O. ao curto repicado, das papetes do Seninha ao tão famoso All Star. Não me vi obrigado a mudar em momento algum... é como se o meu subconsciente agisse em função da minha satisfação.

Mas nem sempre mudar é tão fácil e instintivo. Às vezes a mudança é uma decisão. Eu escolho mudar. E quem um dia disse que as escolhas são fáceis de serem feitas estava redondamente enganado... Decidir mudar é tão difícil quanto se livrar de um sestro.
E será que vale a pena?
Acredito que toda forma de mudança, ou quase toda, é uma forma de adaptação... não de você para com os outros, não... a partir do momento que você decide mudar, faz isso para si próprio.
Somos todos metamorfoses ambulantes, como na música.
Vivemos num processo de adaptação com o nosso próprio eu.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sem comentário!



Nesses últimos dias eu andei pensando muito sobre o que escrever. Pensei e pensei muito mesmo! Cheguei a quebrar a minha cabeça... mas não consegui parir absolutamente nada! Há alguns dias eu fiz uma viagem para Senhor do Bonfim. Fui encontrar meu pai. Aí eu pensei logo, oba! Esse vai ser o tema da minha nova crônica! Tenho certeza que vou voltar cheio de palavras doidas para serem postas no papel! Não foi bem assim... mas eu entendi o meu lado. Não tive tempo para escrever porque logo depois entrei numa outra viagem! Dessa vez para Caetité, a terra da minha família por parte de pai. Na estrada, passei por vários lugares bonitos. Vi um pôr-do-sol tão perfeito que o seu dourado parecia penetrar minha alma! É eu sei... parece exagero. Falando assim, até eu acho um tanto exagerada "essa coisa de penetrar a alma." Mas eu sabia que aquele pôr-do-sol não era igual a nenhum outro. E acho que só eu sabia mesmo... E também vi montanhas lindas e um céu estrelado maravilhoso em Barra da Estiva. Achei logo que ia voltar cheio de emoções para escrever um novo texto! E errei mais uma vez! Perdi dois textos brilhantes! E sei que seriam muito bons mesmo! Mas se tem uma coisa de que eu estava certo, era de que a minha vida não ia pausar e esperar a minha boa vontade de escrever... A maré de viagens acabou e voltei para a minha vidinha. Aos poucos ia me encaixando em novas situações dignas de textos, mas continuei sem escrever nada! Perdi um vizinho na semana passada... Ele foi morar em outra cidade. Na verdade, além de vizinho, ele é meu primo e amigo, amigo de um tipo raro de encontrar! Bem que eu podia ter escrito um texto sobre isso não é? É podia... e podia ter escrito sobre outros assuntos que prefiro nem comentar. Não fiz nada... As palavras estavam doidinhas para serem escritas, mas eu mostrei que quem manda nelas sou eu! E que se eu quisesse não escrever, eu simplesmente não escreveria e não teria que ficar dando satisfação para nenhuma palavra mimada! E foi então que hoje eu decidi escrever sobre nada! As palavras estão de mal comigo! Ah! mas se elas acham que eu vou voltar atrás, pedir perdão e fazer o joguinho delalas, estão redondamente enganadas! Essas palavras não são absolutamente nada sem mim! Se bem que eu também não sou nada sem elas... Mas eu tenho que mostrar quem é que manda! E quem escolhe o que vai escrever sou eu e não elas! As palavras são traiçoeiras e possuem vários compassas! Usam de artifícios diversos para nos fazer falar o que não queremos... A distração, por exemplo. Como explicar aquelas besteiras que escrevemos na última folha do caderno? Elas são espertas! Estão quase me forçando a falar sobre a festa que eu fui ontem, mas eu não falo e não falo e ponto! Tô de mal com as palavras! Orgulho? não, não mesmo! Só quero mostrar quem é que manda aqui! E que eu não sou apenas um meio delas se propagarem!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Val. 01.02.09

Um dia tudo quebra.
O meu celular ficou louco, simplesmente louco!
Quando eu tento ir para o menu ele liga para a minha irmã,
Quando eu aperto a tecla verde pra receber ligação, ele abaixa o volume!
Parece até que tem vontade própria!
Lembro-me de quando era pequeno... alguns brinquedos duravam pouco nas minhas mãos...
Eles me deixavam tão alegre! E quando eu estava no clímax dessa emoção eles simplesmente
quebravam e eu ficava lá, com cara de espanto, segurando o que restava deles nas mãos.
Não jogava nada no lixo. Guardava como se tudo estivesse perfeito.
Até aqueles cacos, para mim, pareciam extremamente encantadores! É como se o brinquedo
não tivesse perdido a sua função, mas apenas adquirido outra...
Os frascos de perfume. Sempre tive dificuldade de me desfazer deles.
Apesar de o seu conteúdo já ter acabado, eu ainda conseguia sentir cheiro...
Não perfumava mais o meu corpo, mas enchia de odor as minha lembranças...
Não sou doente por lixo, eu só dou uma outra função às coisas, mas é lógico que quando tudo se torna apenas tralha
eu jogo fora. Me livro do que não me faz mais falta.
E fui me livrando e quebrando, consertando... aos poucos sobrepondo tudo.
Já joguei tantas coisas fora... mas as minhas gavetas continuam cheias. Um dia, toda essa minha preciosidade em
forma de papéis, provas antigas e canetas que nem riscam mais vão se tornar entulho... e aí vai tudo para o lixo. Desocuparão
um lugar que, certamente, não ficará vazio.

Às vezes temos algumas relações que se quebram, uma amizade que acaba...
Um amor que vira "bom-dia". Tudo isso fica na lá gaveta, no meio da bagunça... Se ainda vemos serventia nisso tudo, guardamos.
Às vezes, tudo que sobrou foram cacos, mas se achamos que eles podem servir para alguma outra coisa, ou até que podem
ser colados, guardamos...
Quase tudo na vida tem prazo de validade, mas muitas coisas não são rotuladas e só percebemos que o prazo já está
vencido quando sentimos o gosto estragado.
E por isso devemos brincar, comer, beber, amar, conversar, fazer tudo dentro do prazo de validade! Porque amanhã o carrinho
pode estar quebrado, a comida estragada, o amor... o amor pode estar perdido e o amigo pode nem ser mais seu amigo e aquela
conversa que antes era tão saborosa, agora fede a ovo podre.
Tudo quebra... e depois, depois você decide o que fazer com os cacos. Dar uma outra função ou simplesmente jogar no lixo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Até que a morte nos separe.



Terminei um relacionamento há pouco tempo e fiquei pensando em como seria ser solteiro de
novo depois de um ano e três meses.
Bom, eu achei que essa pergunta seria respondida pelo tempo, que o cotidiano ia se incumbir de me encaixar em
certas situações que me fariam perceber que eu estava realmente solteiro. Não demorou muito.
Eu estava andando na rua até que encontrei uma pessoa que me perguntou: "Oi! tudo bem? E a namorada, como vai?"
Eu já ia usando, mecanicamente, a resposta costumeira que sempre usava nessas situações, até que me dei
por conta que muita coisa já havia mudado e que muitas outras precisavam mudar... a começar pelas respostas.
O que responder? Não queria dizer que tinha terminado o namoro porque sei que isso estenderia o diálogo e estava certo de que
ambos estavam com pressa. Eu sabia que a resposta que deveria ser dada naquele momento tinha
que ser curta e superficial. Engraçado... quando as pessoas te encontram na rua e te perguntam como você vai, elas não esperam que você diga como realmente se sente, mas querem apenas
ouvir um "eu vou bem!". É como se fosse uma espécie de etiqueta do diálogo casual. Nesse caso, a resposta cabível seria
"Oi! Eu tô ótimo e a namorada vai bem!".
Encurtaria a conversa, evitaria perguntas chatas... mas sabia que se assim fizesse estaria mentindo!



Oi! Eu tô ótimo e a namorada vai bem!


É muito difícil se livrar do costume...

A verdade é que sempre estamos presos a alguma coisa.
Namorando lembranças, pessoas, costumes, vícios...
Nunca estamos completamente solteiros. Às vezes conseguimos nos divorciar de algumas coisas com facilidade,
outras vezes brigamos, damos um tempo, e logo depois estamos aos beijos novamente... os roedores de unhas que o digam!
Mas é óbvio que só somos assim, desinsolteirados, porque queremos ser... precisamos desses namoros e casamentos
que vamos arranjando com o decorrer do tempo para formar a nossa personalidade.
Tenho uma amiga que é casada com música japonesa. Elas possuem um relacionamento bem sólido! Já tiveram até filhos! Acho até que posso me considerar um deles...
E por falar em mim... sabe... sou casado também. E tenho vários casamentos sólidos!
Arriscaria dizer que tenho uma vida poligâmica harmoniosa! E tem mais! Sou casado, mas não parei de namorar não.
Invisto em novas relações, descubro novos gostos... há um tempo atrás, por exemplo, eu detestava aipim. Só de pensar naquela raíz
nojenta sentia náuseas! Mas aos poucos ele foi se apresentando pra mim e hoje somos casados e não vivemos um sem o outro.
Não vivo sem os meus amores! Eles esculpem o meu ego.



Oi! Eu tô mais ou menos.. e a namorada... na verdade não tenho mais namorada. Nós terminamos.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Loucura pós-Lispector



Quando leio Clarice Lispector, sinto-me como um psicopata em busca da perfeição. Sabe aquele maníaco cabelo assanhado, lápis atrás da orelha, lábios ressecados e olhar cansado que vive tentando dar uma lógica a tudo? Pois é... às vezes me dá vontade de ser perfeito, ou quase isso... Sim, porque exigir perfeição talvez seja um tanto utópico!
A perfeição foi um patamar criado
para não ser alcançado.
O perfeito simplesmente não existe... é como aquela intrigante
linha do horizonte que se afasta proporcionalmente à medida que andamos em sua direção. Mas quer saber? Acho a pefeição um tédio! os defeitos são o charme da obra! A idéia do "poderia ser diferente" desperta as mais diversas opiniões acerca de alguma coisa. Se tudo fosse perfeito teríamos apenas que aceitar, porque o perfeito não admite crítica! E o que é mais engraçado nisso tudo... É que até o perfeito é imperfeito.
A idéia de
perfeição é relativa. O que pode ser ótimo pra mim, pode não ser pra você... mas o perfeito não pode admitir relatividade. Ele é absoluto, mas se é absoluto, como pode ser relativo? Tá vendo aí! esse é o primeiro sintoma da minha loucura pós-Lispector - querer escrafunchar tudo! Como se quisesse provar através de um cálculo gigantesco a certeza de que dois mais dois é quatro.